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Honeywell anuncia divisão em três empresas independentes

Seguindo os passos de gigantes da indústria como General Electric e Alcoa, a Honeywell, uma das últimas conglomeradas industriais dos Estados Unidos, anunciou que se dividirá em três empresas independentes.

A companhia informou nesta quinta-feira que se separará de seus segmentos de automação e tecnologias aeroespaciais. Com a decisão já anunciada anteriormente de desmembrar seu negócio de materiais avançados, a Honeywell será composta por três entidades menores, cada uma com maior autonomia e capacidade de adaptação ao mercado.

“A formação de três empresas independentes e líderes na indústria baseia-se na sólida fundação que criamos, permitindo que cada uma siga estratégias de crescimento personalizadas e gere um valor significativo para acionistas e clientes”, afirmou Vimal Kapur, presidente e CEO da Honeywell, em comunicado oficial.

Em dezembro, a empresa já havia sinalizado que considerava separar sua divisão aeroespacial. O anúncio oficial ocorreu cerca de um mês depois de a Elliott Investment Management revelar um investimento superior a US$ 5 bilhões na Honeywell, que abrange as divisões de automação, aeroespacial e materiais avançados. O fundo vinha pressionando a empresa, com sede em Charlotte, Carolina do Norte, para a divisão desses segmentos.

Fabricante de uma ampla gama de produtos, que vão desde soluções oftálmicas até leitores de código de barras, a Honeywell busca formas de tornar suas operações mais dinâmicas. Desde que Kapur assumiu a liderança, há cerca de um ano e meio, a empresa anunciou a cisão da unidade de materiais avançados, firmou um acordo para vender sua divisão de equipamentos de proteção individual e realizou diversas aquisições estratégicas.

A separação das divisões de automação e tecnologias aeroespaciais está prevista para ser concluída na segunda metade de 2026, enquanto a cisão do negócio de materiais avançados deve ocorrer até o final deste ano ou no início do próximo.

Assim como a Honeywell, outras conglomeradas norte-americanas têm sido pressionadas por acionistas a simplificar suas estruturas, permitindo que cada segmento opere de forma mais independente e se adapte melhor às mudanças do mercado.

CEOs icônicos, como Jack Welch, da General Electric, passaram anos construindo verdadeiros impérios corporativos, sob a crença de que a escala traria poder. No entanto, esses gigantes passaram a enfrentar concorrência acirrada de startups com foco mais restrito e metas bem definidas.

Além disso, investidores exigem maior transparência sobre as prioridades de cada divisão, algo que se tornou mais complexo conforme essas empresas cresciam.

Em 2015, a fabricante de metais Alcoa anunciou sua divisão em duas empresas independentes, separando suas operações de bauxita, alumínio e fundição de suas atividades de engenharia, transporte e produtos laminados globais.

Já em 2021, a GE anunciou sua divisão em três companhias focadas em aviação, saúde e energia. À época, a medida foi vista como um possível sinal do fim dos grandes conglomerados, impulsionado pela transição para a economia digital.